terça-feira, 24 de maio de 2011

Sem endereço

O chão que piso tem que ser duro
e seco como o sertão.
Ele não pode se abalar com o peso
de minhas dores, questionamentos
incessantes e frustrações experimentadas
na leitura diária de um jornal.

Donde venho?
Onde estou?
Para onde vou?
Eu preciso ir.
Eu tenho fome e é
fome do lugar que meus sonhos sonham.
Não quero mais esse jejum involuntário.
Quero o endereço desse lugar.
Alguém sabe me dizer?

O chão que piso quase não suporta mais
o peso da leveza de meu corpo que
some a cada sonho...
Estou sumindo.
Cadê a minha mão? Está sumindo.
Preciso do endereço desse lugar.
Alguém sabe me dizer?
Cadê a minha mão?
Não estou conseguindo escrever.
Preciso do endereço desse lugar.
Alguém sabe me dizer?
Alguém sabe me?
Alguém sabe?
Alguém?
?

Um comentário:

  1. Ee Ana Casanova, poema sensacional. Baixo Fernando Pessoa ai??

    Gostei!!!

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